A ilha

17/01/2012

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Eu cresci na ilha. Quando falo “na ilha” me refiro a Amoreira e Cacha Pregos. É que minhas duas famílias têm casas lá: uma em cada lugar. E quando eu digo “cresci” (por favor, sem piadinhas de duplo sentido sobre a minha altura  ¬¬) eu to falando do fato de ter passado todas as minhas férias lá, com raríssimas exceções, desde quando me conheço por gente.

Eram no mínimo três meses anuais de ilha – ia quando acabavam as aulas e só voltava pro carnaval. Quinze dias em Amoreira, na casa linda de meus avôs, com minha mangueira, a goiabeira de minha irmã, o pé de acerola de minha prima e o de jambo de meu primo, e depois outros 15 dias em Cacha Pregos, catando chumbinho no mangue quando a maré estava vazia, andando de caiaque quando a maré estava cheia e comendo cocada de Raimundinho na porta de casa.

Eram os meses mais gostosos do ano. E não é a toa que são as melhores lembranças da minha infância.

Esse final de semana nós fomos para Cacha Pregos. A praia continua linda, os sirizinhos continuam brotando da lama do mangue da frente de minha casa, os flamboyans estão cada dia mais vistosos e a cocada de Raimundinho continua a melhor do mundo.  Mas a ilha… está cada dia mais abandonada. E não é só nas minhas “ilhas” que se vê isso. É em qualquer lugar. E isso é muito triste.

Eu me lembro de alguns anos atrás, quando íamos buscar água da bica em Itaparica e os veranistas lotavam as ruas para as “lavagens” que rolavam por lá. Ou então dos bananas-boat, Jet skis e lanchas que atracavam na praia de Ponta de Areia, fazendo a festa dos donos de barracas.  E isso era só o começo.

Hoje a ilha está largada. Foi trocada por “Guarajubas”, “Praias do Forte” e “Sauípes”. E quem ficou por lá foi esquecido. Uma pena, porque a ilha continua linda.

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